sábado, 25 de junho de 2011

Satisfação insatisfeita...

É incrível perceber no que a vida se torna as vezes. Igual a um barco sem leme onde nós, meros marujos inexperientes, perguntamos uns aos outros, atônitos, onde será que a próxima onda nos levará. Endeusamos quem quer que se atreva com um pseudo  bom palpite, ignorando o fato de sabermos que quem se propõe a mostrar o rumo das coisas também está no barco indo para cá e para lá.
Quantas coisas fazemos com uma intenção e sem mais nem menos nos distanciamos absurdamente do objetivo. Muitos falam sobre sonhos de consumo e objetos de desejo. São milhares, mas vou enumerar dois exemplos simples que transmitem a idéia do barco furado que nossa sabedoria de macaco nos colocou.
1)Sonho de consumo: Sofá da sala.
Talvez você tenha um ótimo sofá em sua casa ou deseje ter, mas quando foi a última vez que teve tempo de sentar nele com os pés pra cima e bater um papo furado sobre nada de importante com aquele amigão? Aliás, onde eles foram parar? Ah, estão correndo atrás de seus “sofás da sala”.
2)Objetos de desejo: Coleções de músicas de seus artistas preferidos.
Como era dificil nos anos oitenta adquirir os discos de vinil de nossas bandas prediletas. Além do fato de nem todos serem lançados no país, você tinha de se contentar com álbuns sem encarte e capas “simplificadas” para satisfazer planos furados da economia de um pais do futuro. Daí sonhávamos com um dia ter acesso a tudo que as pessoas tinham no primeiro mundo em termos de acervo dos nossos queridos artistas. Bom, esse tempo chegou, hoje tenho 84 giga de música armazenada em meu computador. Pra quem não entende essa quantidade eu explico. Nas minhas contas, da pra dar umas dez voltas na terra a pé, escutando uma atrás da outra sem repetir. Você também deve ter milhares de músicas de tudo e de todos. Parece maravilhoso, não é mesmo?. Mas te pergunto novamente, quando foi a última vez que  conseguiu escutar apenas dez músicas seguidas de seu artista  preferido, sem interrupção? Bom, no meu caso foi numa noite de insônia alguns dias atrás causada talvez por algum assunto estressante. Parece coisa de louco falar com prazer sobre uma situação que pra muitos é uma verdadeira tortura. Aahh!! Aquela sessão de Billy Vaughan que copiei do meu tio a meses atrás e nunca tinha escutado, seguido de Yngwye Malmsteen, um dos meus guitarristas preferidos...Hum!!
Quanta saudade dos meus velhos discos de vinil com capas sem informação nenhuma e papel de quinta categoria, mas que eram escutados com agulha cravada no inicio da primeira faixa até o fim do lado b. Hoje minha vó de 85 anos tem um Ipod. Observo-a em plena tarde de segunda feira deitada, se deleitando com olhos fechados ao som de Julio Iglesias e  fico pensando, será que vou ter que esperar até lá? O fato é  que muitas  vezes os nossos sonhos de consumo e os objetos de desejo acabam apenas trocando de lugar. O sofá sai da loja e vem pra sua sala e os discos de vinil se digitalizam e passam a ser admirados ao esconderem-se no fundo de nossas memórias virtuais.
               
     Lançamento de Tangará Blues.




 
Como foi dificil arranjar tempo pra finalizar as gravações. Mesmo sendo caseiras, estes menos de quatro minutos de música e edição do video clipe me custaram boas doses de ansiedade, pelo fato de serem realizados enquanto cumpro uma serie de compromissos seculares,( século este, onde corremos tanto que as vezes o dinheiro não nos alcança).

Espero que vocês gostem de ouvi-la tanto quanto eu gostei de criá-la. 

Esta semana não consegui preparar a sessão sobre microfones e o resumo sobre as bandas que participei, bem como a continuação das dicas sobre divulgação na internet. Sorry!!Perdona me!! Je suis désolée! Ou em bom portugues, vai desculpando aí amigo!!!! 

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