quinta-feira, 2 de junho de 2011

Idéias, métodos e ideais!


Várias pessoas tem mostrado curiosiodade no motivo de estar postando semanalmente pensamentos sobre música, gravações caseiras e tudo mais. A IDÉIA, é usar algo que está sendo bem assimilado no momento, ou seja, postar música na internet, usando como uma das ferramentas de divulgação o blog, que vem a ser parte do MÉTODO, mas que arrasta atrás de si uma série de “meios caminhos” onde podemos aprender mutuamente os meandros da música e talvez quem sabe, alcançar o IDEAL de gravar um album de umas 12 a 15 músicas de real qualidade em um estudio profissional com músicos de verdade. O fato é que muitos obstáculos se interpôem entre o inicio e o fim da jornada,mas o que quero destacar é justamente isso, relatar a experiência dessa travessia, desse caminho sem atalhos e com muitos degraus, uns mais suaves e curtos, outros mais íngremes e escorregadios. O fato de estar contando aos pedaços histórias musicais anteriores, tem o objetivo de reflexão, mas também, o de ajudar outros a não cometer os mesmos erros, e pode apostar, tenho visto muita gente que está iniciando agora, cometendo os mesmíssimos erros que eu varias vezes cometi. Hoje posso destacar alguns deles. A pressa, a vaidade, o egoismo e não dar valor real as pessoas em sua volta. Acrescente a tudo isso a falta de profissionalismo inerente a todo o principiante e está caracterizada uma cena típica deste velho sistema decadente em que vivemos.
Por isso, ao falar sobre ideias, métodos e ideais cito alguns exemplos:
Não sou baterista e as batidas das minhas músicas são ao meu ver, uma mera marcação que servirá de guia para no futuro, quando, após ter compilado entre 12 a 15 músicas gravadas de maneira tosca, ajudar um baterista de verdade a inserir, quer seja uma bateria bem programada, quer seja na ponta das baquetas de uma bateria acústica. Entendeu onde está contido a ideia, o método e o ideal? De outra forma eu teria de sair procurando alguém que tivesse paciência de desenvolver as músicas comigo, o que diga-se de passagem seria extremamente difícil de achar no interior do Mato Grosso, ou perder muito tempo aprendendo a programar bateria, o que não é meu objetivo.
Outro exemplo é o contido na música que postei semana passada: “Rumos”. O segundo solo de guitarra que começa cerca de um minuto depois do inicio da música, foi gravado em um take somente. Contém vários erros de execução, mas conseguiu transmitir o sentimento e a idéia fielmente a que eu gostaria que fosse executado por um bom guitarrista. De modo que me considero um baixista e compositor que toca guitarra e bateria por necessidade. O mesmo se dá aos teclados. Ouça a IDÉIA da música “Tangará blues”, que estou iniciando a gravar.
Tenho dedicado certo tempo tambêm aprendendo a usar as ferramentas da internet, sendo uma delas, o email. Vou contar um breve relato sobre a banda que entrei em 1990, a Extrupthor, e voltarei no assunto email comparando com o que faziamos lá no inicio dos anos 90, de modo a  refletirmos juntos.
O Renato Mano certo dia, voltando da faculdade de engenharia, me encontrou na rua e perguntou se eu estava parado. Eu disse que sim, e que tinha o baixo e a caixa pra tocar, (como dizia o Lair Ribeiro, dos primórdios da auto ajuda: “Sorte é uma questão de estar preparado quando a oportunidade aparece”). A banda Extrupthor continha um set de muitas composições bem mais rápidas e mais pesadas do que eu estava acostumado a tocar. Seria um desafio e por isso topei o convite. Na véspera do ensaio de sábado ele me entregou uma fita K7 contendo umas 20 músicas, me explicando que o Dudu Bola, antigo baixista, tinha deixado a banda pra formar um trio mais rapido e mais pesado ainda, a Avalanche. De modo que agarrei a oportunidade com unhas e dentes e naquela noite, fiquei sem dormir e aprendi a tocar todas elas, o que assegurou meu lugar na banda de uma vez por todas. A Extrupthor continha uma originlidade  aliada a acordes simples e melodias contagiantes. O guitarrista e grande amigo até hoje, Rafael Jaeger, na época era o único que trabalhava e investiu num estudio de ensaios que funcionava na casa do Pepe, o baterista. Ficou bem próximo a qualidade de um estudio profissional, com bons equipamentos e isolamento acustico. Deste modo compusemos muitas músicas e nesse período, trouxe meu primo Chicão que naqueles dias havia se tornado tecladista.
 O que ajudou muito nas bases, visto que a banda só tinha um guitarrista. (Foto) O som que faziamos, como falei, era muito contagiante e já nos primeiros shows se destacou por causar bastante euforia na assistencia, tanto que num show em um anfiteatro, daqueles bem antigos, com assento de dobrar almofadado, houve um grande quebra-quebra e a banda passou a ser mau vista pelos que promoviam eventos. De modo que sempre nos colocavam pra tocar depois de todos outros, as vezes, bem depois até de todo mundo ir embora. Isso foi desanimador e infelizmente foi baixando a moral da banda que ao invés de procurar um lugar ao sol, mudando de estratégia, preferiu remodelar sua música tornando-a mais “pop”. Isso contarei na quinta que vem através da história da ABANDONADA.  Mas o que isso tem a ver com email? Bom, na época da Extrupthor, um dos métodos de divulgação era o panfleto. Distribuia-mos nas portas das festas ou no interior de bares movimentados.
PERGUNTA: Alguém naquela época diria que isso era spam, ou melhor, esse conceito existia?
Pois estavamos divulgando algo que ninguém pediu, similar ao spam.
Quem recebia o panfleto tinha tres opções:
1)A melhor: Assistir o nosso show.
2)A intermediária: Guardar nosso panfleto de lembrança.
3)A pior: Jogar o panfleto fora.
Hoje em dia é tachado de falta de ética mandar um convite a alguém desconhecido  para ouvir sua música. Mas o que mudou? Não estão as mesmas opções disponíveis ao público? Ou seja:
            1)A melhor: Acessar o link do email e conhecer seu trabalho
2)A intermediária: Deixar o recado mofando na caixa de entrada
3)A pior: Deletar
Na verdade encaro esse papo de spam como coisa que grandes comerciantes inventaram pra dizer que se você não tiver um super servidor, grande suporte técnico e programas sofisticados, você não é ninguem e não tem direio de falar aos outros sobre sua arte. Tudo bem se considerarmos o fato do comércio hoje em dia está realmente enchendo a paciência na internet, mas será que podemos comparar venda de produtos que na maioria são fabricados aos bilhões lá na China, com uma música caseira produzida artesanalmente ou com poesia ou com uma banda de garagem? Nesse ponto, certas convenções desse atual sistema realmente não me restringem nem ferem minha consciência, visto que a decisão final sempre vais ser de quem está com o mouse na mão. Isso faz lembrar da historinha de criança que escutei minha esposa contando ao meu filho essa semana na hora de dormir. Ela está na revista “Crescer”,(editora Globo), de maio. O título é: Uma vaca bem vaca, do autor Caio Riter. Conta a história de uma vaca que durante o dia era vaca, mas a noite se transformava numa vaca cantora. O fato é que isso incomodou o galo que sentenciou rispidamente, “...porcos servem pra fucinhar, galinhas pra galinhar, vacas pra pastar e galos pra cantar.” De modo que nós, músicos caseiros, muitas vezes somos como essa vaca cantora, ao encararmos olhares e expressões de reprovação de pessoas que  pensam que eletricistas, pedreiros, professores, carteiros, donas de casa, estudantes, medicos..., não servem, e por tanto não podem fazer música. 
A todos estes vai o meu muuuuuuuuuuuuuuhhhhhh com dó maior!!!!

Não perca semana que vem:
A historia da “Banda ou nada”;
Mais sobre ferramentas da internet;
Lista ideal de equipamentos para gravação. (Mande sua opinião desde já.);

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